segunda-feira, 9 de março de 2009

Criação


Sem objectivos complexos
E livre de leis de outros
Percorro a linha do momentâneo castigo
E a solidão arrasta-me consigo.

Há um lugar, dizem,
Onde o sonho é mote
E os prazeres: versos.
Que encantado seria povoá-lo, conquistá-lo!

Em todas as faces vejo uma alma prisioneira,
Que faz de minha carne a inspiração urbana
E a contemplam de desdém em vez de afectos...
Morada dum repúdio cruel e ambíguo.

Se ao menos a sua raiz pudesse perfurar a Terra
E a ela fosse fiel o seu envolvimento,
Talvez o juizo dos demais fosse silenciado
Pela grandeza das suas estepes e dos bens recolhidos.

Sabias que não consigo dizer sequer que amo aquele?
Não por ser ele... E se o amar não é para sempre...
Há um lugar em mim que é egoista
E me torna de sua parte, longe de tudo o que crio e sou possuidor...
Tal pequeno eremita.

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