sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sonografia


Cenas desincrustadas do fim da vida
Emergem como bolhas no som que partilham,
Ao correr a água veloz, sem esforço,
Torna insignificante todo o tempo que passou...

E nos jactos de prazer, em filas de transeuntes admirados
Juntaram-se para espreitar, de ouvidos atentos,
A bela sonografia gravada, nos dias de visão ofuscada,
Nas horas em que a vida surgiu do som

que ainda

ninguém



ouvia!


Shiuuu






Shiuuuu










Shiuuuuu


O silêncio já foi frio...
E abundante da energia dos velhos seres não vivos,
Esses sobreviventes da catástrofe sem virtude, sem um Deus que os preze...
Agora que ouço tudo só quero relembrar o que meus ouvidos nunca puderam captar:
O som do princípio do Tudo!

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