sábado, 31 de janeiro de 2009

Careless feedback



Principiam-se movimentos sorrateiros
Do que há de mais intenso..
E em tudo o que nele se produz
Mata a tão desenquadrada expectativa.

Pois, tudo agora é diferente,
Não há afirmações que te valham
Sabias que esperavas por algo
E comparado a isto seria nada...

Um nada tão voraz capaz de te fazer ansear
Apenas e somente por ele...
Ele comanda-te e tu adoras
É tão melhor agora, que ele te tem para si!

E no final, estás a imaginar-te para sempre parado
Quieto, pois alimento dele serás
Até que o teu mundo ultrapassa-se
E ele abandona-te a seu pesar.

Pois a partir daí já ninguém pode protagonizar
Uma vida que não foste capaz de aguentar
Existencia nunca foi o teu lugar
E não é um tão maravilhoso final?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ambições do impessoal


Encaixotam a música,
Feita de materiais cintilantes,
Em caleidoscópios mudos,
Feitos de imagens gritantes.

Ofuscam o seu olfacto
Dentro de frascos ingrenados
Exibindo em mil anseios
O cristal, que no limite os transparece

Ondas sonoras? Blindados pulsares?
Alimentam-se do impalpável que evapora
Dos mares que segregam as intimas voltagens
Dos miticos fumos brancos apessoados.

Sabe bem o ser de vez em quando...
Alto
Frágil
E dar ao que nunca aconteceu a tal chance...

Ser o que nada é, o que tudo quer ser,
Inventar uma cor, um som, um aroma,
Nada foi desvendado ainda
Na ténue e imensurável excitação vazia...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Death car


De angústias ainda não ultrapassadas
A estrada que, por ainda não percorrida ter sido,
Faz do caminho um nada próspero destino
Teima em engolir saraivadas de tempo.

Tudo num sinal quase divino,
Se presenteia num medo sufocante
Medo de já não ser isso, de não ser nada,
De estar sozinho...

Há qualquer coisa atrás da mente
Qualquer coisa te escapa...
Tu sentes que te consomes e que o fim virá rápido,
Não consegues escapar...

O medo é cada vez mais presente
Agonizante a tua respiração...
Só desejas morrer enquanto é tempo
De ainda seres tu, aí, contigo...

E quando te fores...
Sê bem-vindo,
Pois afinal no Carrocel da Morte
É que estamos vivos!