
Não sei do que quero escrever
Nem do que estou a escrever neste momento
Faço apenas parte de um veículo
Tão extenso e frágil..
Apetece-me mergulhar de cabeça
Na terra volátil...
Sucumbir nela como caveiras secas no deserto
Ser leve como um grão de areia.
Agradeço depois se o triunfo vier
Na metamorfose, essa sim, que nunca mais chega ao fim...
Pois há dias em que não nasço sequer
Perduro ali rendido... Coleccionando emoções, pensamentos. (Embriagado)
E ninguém me força, ninguém me agarra na mão,
Houve alguém que me renasceu pela alma
Livrou-a do peso que todos carregam
Fixou-me em mim como uma paisagem na tela.
De que vale construir casas abandonadas,
Se elas não suportam o frio dos castiçais apagados?