quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Solidão



É preciso o maior dos testemunhos
De todos esses textos moribundos
Tão obcecadamente pincelados de negro
E dos esguichos provocados pelos que pensam escrever por gosto.

Não se sabe onde tudo começou
Mas é o único inimigo da vida
Esse atendedor da morte
Que perfaz tão bonita palavra e tão forte ditongo.

Falo dos que em tempo e lugar não se entendem
E dos que a morte é por si já a maior das virtudes
Estes gestos que permitem o desabrochar de inócuas inocências
Deixam a imaginação descer do céu como uma semente de Deus.

E agora esse pequeno botão floresce
E torna-se na mais tímida concepção da eterna paisagem
O sopro dos sóis esmiúçam o seu talento
A quem declaram guerra!

E eu, o meu casulo, enrolado nas pálpebras dos anjos
Segrego aos demónios a minha veneração,
Ajoelham-se perante tal audácia e recolhem as lágrimas dos meus protectores sagrados,
Que nunca virão nada senão a luz do eterno incandescente.

O mundo todo conspira na alegria, na folia e nos afectos
Mas só eu me sei amar
Só eu contemplo a minha alegria estendida pelos cantos do universo
E quem lhe chama solidão não sabe o que é a vida!

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